ainda sinto o cheiro de mato
dos pastos do jô raminho
ainda sinto as batidas do meu coração
em compasso com o estouro da boiada
ainda guardo nas retinas dos meus olhos
as charretes coloridas da praça da matriz
ainda tenho as cicatrizes nas pernas
dos jogos no campinho da estação velha
ainda correm pelo meu corpo franzino
as águas barrentas do rio doce
ainda escuto a sirene do recreio
no pátio iluminado do ginásio tiradentes
ainda sei desviar dos paralelepípedos
que eram colocados no calçamento das ruas
ainda hoje me sinto inteiro em cada poro
e em cada parte de mim porque tudo isso vivi
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