9 de fevereiro de 2014

Vinho derramado


(fotos do facebook.com/colegas de classe - colégio libermann - cp)

à minha amiga de infância Lúcia Pessotti


virá o dia em que o mundo
será uma rua, um retrato e uma lembrança.

Virá o dia em que os poemas
se converterão em memórias
como cartas que se guardam
em gavetas que nunca serão abertas.

Virá o dia em que não saberei mais
o que é fronteira, distância e tempo
a saudade abrirá todas as portas do céu
e as lembranças não precisarão de asas para voar.

Virá o dia em que o vinho tinto derramado,
na fotografia sem cor e esmaecida pelo tempo,
manchou apenas os dias longos de chuva e de cinzas
mas não escondeu teu rosto,
não apagou tua cicatriz,
nem tirou o brilho dos teus olhos
o tempo apaga dores sim, saudade não!

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