14 de outubro de 2013

passou depressa sim!

para o meu amigo e conterrâneo Costinha

 nunca se esqueça de mim, nunca!
a vida passou depressa sim!

quando éramos jovens estudantis
e ávidos de desejos e de sonhos
tudo concorria para o nosso bem
tudo era tão saboroso e doce
que as noites quentes morriam nos nossos braços
e a lua cheia beijava os nossos pés
tudo era simples, claro e luminoso
até a praça era o epicentro
das ilusões e das paixões
que rondavam os nossos corações

as moças recatadas, só essas,
embalavam nosso casto universo incandescente
como as flores de aço e de fogo
do jardim das palmeiras imperiais da cidade

sabíamos sim, e como sabíamos!
que tudo nesta vida tem um fim!
a tabuada,aprendíamos bem depressa;
a gramática, só na sala de aula;
e a geografia, era sabatinada
nas esquinas da rua torta

muitos amigos desse tempo se foram
ficaram fora do combinado;
outros, e muitos outros, ainda estão por aí

meu amigo e conterrâneo
nunca se esqueça de mim, nunca!
a vida passou depressa sim!

daquele jardim da praça da matriz
não sobrou nada, ou, quase nada mesmo,
até o viveiro de pássaros sumiu
só vingou aquela rosa que desabrochou
no seu infante e cativo coração;
essa, eu sei, deu frutos, e muitos frutos

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