6 de março de 2013

morada da alma

ainda caminho
pelas ruas escuras,
bares lotados
e postes de madeira

ainda sei os nomes
das vilas e dos córregos
por onde passei
de bicicleta e de jipe
sem capota e sem faróis

ainda sinto
o cheiro de gaseína
da usina de leite
barbosa e marques
despejado no rio doce

ainda posso
ver a imensa escada
do morro da caixa d´água
e o seu jardim bem cuidado

ainda posso
ouvir a gritaria
dos loucos da cidade
assustando as crianças

ainda receio
de passar debaixo
das palmeiras do jardim
da praça da matriz
por causa da lei da gravidade

ainda assim
não posso ficar longe
porque é onde mora
a minha saudade
e adormece a minha alma

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