minha memória sempre volta
à margem do rio que me viu nascer
onde, às vezes, me sentia distante
do mundo e do outro lado do norte
o grito do barqueiro mandando esperar
e a carretilha fazendo barulho
no cabo de aço grosso e comprido
parecia que sussurava “estou chegando”
à medida que vou envelhecendo
essas lembranças vão ficando submersas
e o rio vira um mar de esquecimento
30 de julho de 2012
O rio vira mar
29 de julho de 2012
Guardiões
27 de julho de 2012
26 de julho de 2012
Saudade
23 de julho de 2012
À deriva
apenas uma pequena ilha
cercada de silêncio!
Mas, não é só isso não!
É um mar de ausências
navegando num barco sem velas
sem bússola e sem cais.
Equilíbrio
A alma e o corpo
um dia, acabam;
o espírito, não!
A alma agasalha
a mente que controla
a emoção e a vontade.
O corpo que é só morada
dá trabalho sempre
e precisa ser alimentado
todos os dias.
O espírito, sopro divino,
esmera a intuição,
liga as coisas visíveis
com as invisíveis
e equilibra o homem
aqui na terra.
17 de julho de 2012
Amor de mar
14 de julho de 2012
Na noite não há nada
Quem esconde da luz
Não pode caminhar
Porque só se caminha de verdade
Na claridade do dia
E não na calada da noite.
Quando as estrelas brilham
Não há mais nada pra fazer
Tempestade em alto-mar
Não serva pra nada
A não ser destruir e matar
Quem está na praia.
Promessas amorosas não realizam
Sonhos de ninguém
E muito menos enxugam lágrimas
De quem perdeu uma jornada
Procurando um grande amor.
10 de julho de 2012
Memória
A memória é uma faca
afiada,
que corta a nossa alma,
penetra e mata como uma bala
perdida.
Cada segundo perdura
como a interminável eternidade
enclausurando silêncios,
prenúncios e palavras.
A memória é uma luz
fugaz,
que penetra como chama reluzente
nos olhos e nas lágrimas
dilacerando a visão e a ternura.
A memória é uma estrada
projetada,
que traça o destino
de quem vai pela manhã
e não volta ao entardecer.