ainda me vejo
andando pelas ruas
de terra
rompendo a esquina
do armazém canta galo
ouvindo vozes de bêbedos
e boêmios
ainda me vejo
debaixo da mangueira
do quintal do seu nazário
com medo
da cacimba
e dos cabritos
ainda me vejo
no campinho de grama
jogando bola
livre como borboletas
no ar
ainda me vejo
na estação velha
sonhando com viagens
de trem até o mar
ainda me vejo
à beira do rio doce
aguardando a hora
certa de entrar
nas águas barrentas
para chegar do outro
lado da margem
ainda me vejo
no quarto dos fundos
lendo kafka, meireles,
hesse e proust
sozinho, é verdade,
mas sempre na companhia
de muitos
26 de abril de 2012
ainda
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
08:24
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1 comentários:
Muito bom, Malupa! Pedro.
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