23 de dezembro de 2011

memória

ainda posso ver
pelas janelas antigas
os transeuntes
passando como vultos

ainda posso tocar
com meus braços
o leito do rio doce
e deixar as águas barrentas
lavarem a minha alma

ainda posso abrir
a porta da sala
que nunca foi trancada
apenas encostada
e entrar nas pontas dos pés
para não acordar ninguém

ainda posso pintar
as paredes da casa antiga
mas não posso mudar
o tempo que já passou
porque as melhores memórias
ficaram na minha pele

1 comentários:

Papacich disse...

Conheço esta paisagem, maravilhosa.