2 de agosto de 2011

As estrelas e eu

a casa onde nasci
era de esquina e amarela,
o reboco a cal
e a rua de terra.

eu sei que a poesia
só recupera os restos,
as cores e os gritos;
a intensidade da paixão, não!

a poesia não é como os elefantes,
não tem memória;
sabe dos passos,
das pernas e dos pés;
mas não sabe o caminho.

as estrelas nascem
todos os dias
por isso não precisam
de memória
já sabem o caminho a percorrer –
o infinito.

eu olho para o céu
e só enxergo a claridade
e a lonjura das estrelas.

0 comentários: