14 de maio de 2011

As estrelas e eu


a casa onde nasci
era de esquina e amarela,
o reboco a cal
e a rua de terra.

eu sei que a poesia
só recupera os restos,
as cores e os gritos.
a intensidade da paixão, não!

a poesia não é como os elefantes,
não tem memória.
quer voltar sempre
mas não sabe o caminho.

as estrelas nascem
todos os dias
por isso não precisam
de memória
já sabem o caminho a percorrer –
o infinito.

eu olho para o céu
e só enxergo claridade e lonjura.

0 comentários: