22 de abril de 2011

sexta-feira santa


da varanda da sala
ao fogão de lenha do quintal
a minha casa guardava o dia santo
e aguardava a tarde de sexta-feira
ser encoberta pelo sábado de aleluia
e pela alegria da malhação do judas.

sexta-feira era o dia que não varria a sala,
não prendia os cabelos
nem brincava de cobra-cega.

a cidade mergulhada no silêncio
esperava os sinos da igreja
anunciarem a Ressurreição de Jesus
para começar a procissão e a cantoria.

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