6 de março de 2011

“Gracias”

à memória de Haydé Mercedes Sosa
Já tive muito mais esperança
Ao pé dos Andes sob o sol latino
Quando os homens queriam fazer
A sua história com as próprias mãos.

Quando a voz do povo não era ouvida
Mas os ventos andinos traziam vozes
Dizendo que isso um dia vai acabar
Porque a história não termina nos cárceres
Nem em valas comuns e rasas.

Quando a tempestade invadia o céu
E o tempo fechava em nuvens escuras
Aparecia atrás das cordilheiras
O sol, a luz e claridade dos acordes
Suaves e doces dos charangos.

Quando apareceu na terra do fogo
Um pássaro cantante recolhendo
Todos os ossos e todas as dores
Da sua gente sofrida e oprimida.

“Gracias a la vida” dou todos os dias
Por ter ouvido Mercedes Sosa
Cantar toda sorte de sua gente
E que a morte não me encontre
Solitário, triste e indiferente
Aos sonhos libertários.

1 comentários:

carlos disse...

Lindo esse seu poema em homenagem a eterna Mercedes Sosa.
Abraços!
Carlos