7 de dezembro de 2010

as mobílias

há as estações do ano
e as da vida.

hoje caminho
por desertos
entre as margens
de um rio
que já secou.

as mobílias
da casa que morei
foram comídas
pelos cupins.

a esquina da rua
de terra que eu brincava
virou um enorme deserto
que guarda o silêncio
de pedras semiprecisosas.

e na gaveta ficou
apenas as manchetes
de um jornal
sem edição
e as lembranças
de uma enorme janela
feita de madeira de lei.

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