1 de fevereiro de 2010

A narrativa

Para o Carlos de Brito e Mello



A passagem tensa é um entroncamento
entre a morte de cada dia
(que atravessa as cidades)
e o cair da noite (ainda que tardia)
nas terras montanhosas das Gerais.

O narrador lembra de suas mortes
e os corpos como véus da noite
que entrelaçam os topônimos,
os restos e os significados.
E termina a narrativa
como uma memória coletiva.

Os mortos são metáforas
das crenças e descrenças
de um povo perdido
na curva de um tempo indefinido.

5 comentários:

Adriana Godoy disse...

Mauro, li todos os poemas que não tinha lido e me encantei com cada um deles. Esse último é bem mineiro mesmo e gosto disso. Parabéns pela qualidade de seus poemas. Beijo.

Carine e Trovão disse...

Malupa, você é muito querido mesmo. Beijo no coração, da Cá.

Márcia Sanchez Luz disse...

Mauro, este poema é lindo. Ele encerra imagens fantásticas.
Parabéns e obrigada pela partilha!

Abraços

Márcia

Carlota Joaquina disse...

Adorei...muito lindo mesmo

Anônimo disse...

Muito bom o texto, Mauro. Bem escrito e reflexivo.

Abraços.