11 de junho de 2009

Que alegria!

Minha vó Filinha
Tinha uma cabeleira
Tão grande e grisalha.
As tardes que ela penteava
Ficavam tão longas e infinitas
Quanto seus próprios cabelos.

Eu ficava, de longe,
Pensando quem tem
Uma cabeleira daquele tamanho
Não morre nunca.

O dia que ela cortou
Os cabelos longos e grisalhos
Chorei outra tarde inteira
Pensando que ela iria morrer.

E ela não morreu, que alegria!

Foi a primeira coisa
Que aprendi de verdade:
A vida é muito mais
Que uma cabeleira.

1 comentários:

Adriana Godoy disse...

Que lido, Mauro. Adorei esse poema, se vê nele, nas avós, nos cabelos, no aprendizado da vida. Beijo.