19 de junho de 2009

A despedida

Não adianta
Tentar definir
Um momento
Como este
Nem palavras
Nem pincéis,
Nem cores.
Não fui feito
Das entranhas
Das montanhas
Nem do sal
Que compõe
As águas do mar.

Fui feito
De carne
De ossos
E de lágrimas
Fui forjado
Com têmperas
Das manhãs
Das tardes
E das noites claras.

Uma parte de mim
É solidão
A outra,
Essa, é burbúrio
Porque ninguém
Consegue
Ser feliz sozinho.
O mar sabe
Que a imensidão
É a soma de muitos
Rios e riachos.

Nunca fui inteiro
Sempre em partes
Uma parte
São os amigos
Que me completam
Como agora
O que me parte
E me reparte
Em memória
E depois,
Muito depois
Saudade, saudade
E mais saudade.

Dos amigos
Que fiz
Nesses últimos
Anos de lida.
Prefiro pensar assim
As pegadas apagadas
Dos amigos.

A distância
Nunca vai me roubar
A ausência e a falta
Que me farão
Daqui para frente
No meu coração.

Foram os anéis de prata
E ficaram os dedos
E as mãos limpas dos amigos.

1 comentários:

Adriana Godoy disse...

Ainda bem que ficaram os amigos...belo poema...bj