22 de janeiro de 2008

É tempo de primavera


Uma homenagem à Luísa (filha da minha amiga e colega de trabalho, Baúde) por existir e ter nascida no tempo propício da promessa de vida na vida e na estação do ano mais bela e pueril. Parabéns!!!!!!!






O amor é uma roseira à sua porta,
O sonho é um barco ao mar
A vida é uma brasa na lareira
Um pano que é tecido, fio a fio.

Eu vi a sua fotografia colorida
O seu rosto espelha leveza e clareza
Revelando a chegada da primavera.

E a pequena flor amarela voava,
Solta, levíssima, por um rumo secreto,
De alma evadida.

Tuas mãos de quinze anos, longas, límpidas, claras,
De unhas de cor de pérola,
Tuas mãos inocentes!

Já não sou eu, mas a flor
Que um dia se tem na mão.
É de um outro amor.


Você foi escolhida para nascer
Quando o jardim se derramasse em flores
E os pássaros grávidos aninhassem nos galhos.

A flor amarela está guardada em si mesma,
Seu perfume, sob mil pétalas tranqüilas,
Seu pólen resguardado contra o vão do descobrimento.

Nunca me lembro: se está ou aquela rua
Havia festa: vasta, clara e sem fim
Só sei que havia uma flor no jardim.

Nossos filhos têm outro idioma, outros olhos, outra alma.
Não sabem ainda os caminhos de voltar, somente os de ir.
Eles vão para seus horizontes, sem memória ou saudade,
Não querem prisão, atraso, adeuses:
Deixam-se apenas gostar, apressados e inquietos.

0 comentários: